domingo, 15 de junho de 2014

QUEM FOI MIGUEL BATISTA


Miguel Batista, 1988.

Ex-líder sindical operário, ex-militante do PCB e ex-vereador e presidente da Câmara Municipal do Recife, Miguel Batista, Miguelzinho, como popularmente e no meio político era conhecido devido a sua baixa estatura, nasceu em Rio Tinto, então distrito de Mamanguape, Paraíba, em 1929.
Iniciou a vida política na décaca de 40 participando de movimentos operários e tornado-se líder sindical ainda na Paraíba.
Político de intensa atividade ligado às causas sociais e militância na esquerda brasileira, foi perseguido, preso e torturado na ditadura militar em função de sua atuação marcante.
Em dezembro de 1966, já líder sindical, Miguel Batista ficou exilado em Moscou, antiga União Soviética, e retornou ao Brasil um ano depois para viver na clandestinidade e ajudar a preparar o congresso do Partido Comunista Brasileiro(PCB) em São Paulo.
Usando o codinome Antônio Cândido, Miguelzinho permaneceu na clandestinidade até 1974, quando foi preso por delação e sofreu tortura. Mas ele não desistiu e retomou suas atividades políticas em 1982, após obter liberdade junto ao Superior Tribunal Militar ainda em 1975. Em 1982, atuou nas campanhas do senador Marcos Freire (PMDB) ao governo de Pernambuco e de Miguel Arraes a deputado federal, de quem veio a ser assessor direto quando este tornou-se governador.
Amigo pessoal da família de Miguel Arraes, esteve presente no seu retorno após o exílio em 1979 após 15 sem pisar em solo brasileiro, participando do movimento conhecido como Arraes Taí.
Miguel Arraes nos braços do povo e do lado direito Miguel Batista. 1979.


O retorno de Miguel Arraes após exílio de 15 anos.


No Recife, Miguel Batista atuou na área sindical, mais tarde foi um dos vereadores eleitos com maior número de votos na época tendo, depois, se tornado presidente da Câmara Municipal daquela cidade entre 1988 1 1989. Também foi secretário de Estado e do município do Paulista.  A capital de Pernambuco também reconheceu sua atividade política e história outorgando-lhe o título de cidadão em 2006.

Em 20 de dezembro de 2007 sofreu um infarto fulminante, por volta de 1h10 na residência do filho Carlos Luiz Batista, em São Paulo, após chegar de um jantar com a família.
O corpo do ex-vereador do Recife foi trasladado para o Recife, no vôo 3500 da TAM, e desembarcou por volta das 23h30, no Aeroporto Guararapes, de onde seguiu para ser velado na Câmara de Vereadores.  Foi sepultado as 15h, no Cemitério de Santo Amaro.
Miguel deixou cinco filhos e seis netos.

Fonte de Pesquisa:  
http://www.alepe.pe.gov.br/sistemas/clipping/?arquivo=noticia.php&id=15849&data=&texto=&idfonte=&pagina=599
http://sapl.recife.pe.leg.br/consultas/materia/materia_mostrar_proc?impressao=1&cod_materia=6431
http://newtonthaumaturgo.blogspot.com.br/2009_10_01_archive.html
http://blogmanuelmariano.blogspot.com.br/2012/03/no-tunel-do-tempo-blog-do-magno-martins.html
http://www.youtube.com/watch?v=9lEDsgSmeLQ

quinta-feira, 5 de junho de 2014

HISTÓRIA DA FÁBRICA DA MACAXEIRA

O bairro da Macaxeira, situado na zona norte do Recife,  recebeu esse nome devido um sítio que ali se localizava em que seu dono possuía uma plantação de macaxeira. Então quando alguém se referia ao lugar  chamava-o de "macaxeira". Por volta de 1895, construiu-se no local do sítio de macaxeira a Fábrica de Tecido de Apipucos que a princípio era uma pequena fábrica de panos de estopa utilizados para ensacar açúcar.

Coronel Othon Lynch Bezerra de Mello.


Família Bezerra de Mello em 1941.


Em 1924, Othon Lynch Bezerra de Melo, comerciante natural de Limoeiro, secretário da Associação Comercial de Pernambuco, comprou a pequena fábrica e a transformou na Fábrica de Tecidos Bezerra de Melo. O Sr. Othon, conhecido como Coronel Othon, investidor e visionário foi buscar fora do Brasil maquinários que modernizaram a fabricação de tecidos em Pernambuco, tornando-se assim um dos maiores empresários do estado.
Fábrica da Macaxeira em 1926. Detalhe para a linha do bonde.

Fábrica da Macaxeira em 1928.

A partir do crescimento da fábrica o bairro foi se desenvolvendo ao redor, e o empresário começou a construir um complexo fabril no bairro. Construiu o Grupo Escolar Maria Amália, a Loja de Fábrica, o Recreio e o bairro cresceu.
Antiga Delegacia da Macaxeira. Atualmente uma sementeira.

Antiga loja de fábrica. Atualmente uma floricultura.

Antiga calçada da feira livre. Cruzamento do sinal.

Antigo Grupo Escolar fundado em 1929. Escola Maria Amália.

Antigo Recreio dos funcionários. Atual Escola Diácono Abel Gueiros.

Subida do Antigo Casarão dos Othon.

Em 10 de abril de 1925 foi criada a Sociedade Anônima do ramo têxtil Cotonifício Othon Bezerra de Melo, formada de agrupamento das quatro fábricas de sua propriedade: três de tecidos, a Maria Amália e a Bezerra de Melo (ambas no centro da cidade) além da Apipucos; e da fábrica de artefato de tecidos chamada de Anita, localizada na Várzea.
Como era um empreendedor muito comprometido com o seu trabalho resolveu construir sua residência em cima de um morro, localizado em frente a fábrica, pois da janela de seu quarto observava todo o movimento dos trabalhadores. Atualmente resta apenas a ruína abandonada da casa localizada do outro lado da avenida Norte.
Vista panorâmica do Casarão dos Othon.

Ruínas do Casarão.

Ruínas do Casarão.

O Cotonifício Othon foi responsável pelo povoamento da região e atualmente ainda escutamos histórias de familiares de antigos operários que lá trabalharam e constituíram suas famílias na vila que se desenvolveu ao redor.
O empresário Othon Lynch Bezerra de Mello faleceu em 08 de fevereiro de 1970 as vésperas de completar 90 anos de idade, após sua morte todo o empreendimento industrial passou a ser administrado por herdeiros, chegando ao fechamento da fábrica na década de 80, não se sabe ao certo o ano, uns comentam que em 1983, outros que em 1989. O que restou foi um imenso patrimônio abandonado durante anos.
A Fábrica em 1980.

A Fábrica antes da construção do parque.

Parte interna da fábrica antes da reforma. Atualmente a nossa escola.

Entrada da Fábrica, antes da reforma.

Uma área de 10 ha que ficou abandonada por quase 30 anos, até que em novembro de 2012 no local começou a ser construído o Parque Urbano da Macaxeira e a nossa Escola Técnica Estadual Miguel Batista.

Toda a estrutura externa foi preservada devido ao seu valor histórico. O prédio de nossa escola foi inaugurado no dia 03 de abril de 2014 pelo então governador Eduardo Campos contando também com a presença do Secretário das Cidades Danilo Cabral e Secretário de Educação Ricardo Dantas, entre outras autoridades.
Placa de inauguração.

Governador Eduardo Campos.

Fachada da Fábrica preservada.

Nossa escola conta com uma estrutura de primeiro mundo visando a excelência do aprendizado dos cursos técnicos aqui oferecidos de Informática e Redes de Computadores.
Pátio central

Lateral do pátio.

Secretaria da escola.

Auditório.

Lateral do bloco administrativo.

Atualmente contamos com 149 alunos divididos em 04 turmas.
Nossa gestora Maria Medeiros e professores.

ETE Miguel Batista.

ETE MIGUEL BATISTA preservando a nossa história.

REFERÊNCIAS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Othon_Bezerra_de_Melo
http://ocarvel.blogspot.com.br/2012/07/fabrica-da-macaxeira-historia-de-um.html
http://www.lugaresesquecidos.com.br/2011/02/patrimonio-abandonado-da-familia-othon.html
https://www.youtube.com/watch?v=3uAUtD2YAZk